COMO O FUTEBOL EXPLICA O MUNDO
Um olhar inesperado sobre a globalização
Franklin Foer
Tradução: Carlos Alberto Medeiros
JORGE ZAHAR EDITOR
O futebol é mais do que um esporte, ou mesmo um modo de vida; abrange questões complexas que ultrapassam a arte do jogo. Envolve interesses reais – capazes de arruinar regimes políticos e deflagrar movimentos de libertação. Os clubes de futebol espelham classes sociais e ideologias
políticas, e freqüentemente inspiram uma devoção mais intensa que as religiões.
Para realizar esse amplo e perspicaz trabalho de reportagem, Franklin Foer viajou o mundo – da
Itália ao Irã, do Brasil à Bósnia, analisando o intercâmbio entre o futebol e a nova economia global.
E acabou por derrubar mitos, ao verificar que em vez de destruir as culturas locais, como
preconizava a esquerda, a globalização deu nova vida ao tribalismo, e que, longe de promover o
triunfo do capitalismo apregoado pela direita, fortaleceu a corrupção.
Investigando os bastidores desse esporte, Foer apresenta uma vasta e por vezes quase inverossímil galeria de personagens: um hooligan inglês, filho de uma judia com um nazista, que devotou a vida à violência; mulheres que freqüentam os estádios iranianos; os cartolas do futebol brasileiro; uma torcida organizada sérvia que se transformou em brutal unidade paramilitar.
As histórias colecionadas – extravagantes, violentas, engraçadas, trágicas – ilustram desde o choque de civilizações à economia internacional e revelam como o futebol e seus fiéis seguidores podem expor as mazelas de uma sociedade, sejam elas a pobreza, o anti-semitismo ou o fanatismo religioso. Original, inteligente, escrito com paixão e humor, o livro nos ajuda a compreender nossa turbulenta época.
“Uma arrebatadora análise da luta do futebol para se entender com as forças do livre comércio, as multinacionais e o imperialismo cultural. ... Foer admite no início do livro que é um perna-de-pau. Pode ser. Mas quando se trata de escrever sobre futebol, ele é um craque.”
Newsweek International
“O jogo mais popular do mundo tornou-se nas mãos do jornalista Franklin Foer um esporte extremamente intelectualizado e de suma importância para a política internacional.”
Idéias / Jornal do Brasil
Sobre o autor: FRANKLIN FOER é redator do New Republic e colaborador assíduo da revista Slate. Seus textos já foram publicados em diversos outros órgãos de imprensa, como o New York Times e o Wall Street Journal.
Febre de bola
Nick Hornby Relato 248 páginas
Tradução: Paulo Reis
Futebol é coisa séria, não importa o quanto alguns insistam em dizer o contrário. Também ignore quem repita sempre que é apenas um jogo. Não é. Se fosse, não seria futebol. Alguns sabem disso. Nick Hornby é um deles. O autor de Um grande garoto e Alta fidelidade agora oferece Febre de bola. Ele mesmo lembra que livros de futebol existem aos montes. Mas este, se pararmos para pensar, não é sobre futebol, necessariamente.
Ele trata muito mais do torcedor.
Por essa figura - o torcedor - não se entenda aquele que fica contente quando descobre pelo porteiro do prédio que seu time ganhou. O torcedor, segundo Hornby, é o cara que sofre, rumina cada derrota, cada cruzamento por trás do gol e passe errado de seu time. Aquele que se irrita profundamente com as campanhas patéticas da equipe, mas que ainda assim não consegue ficar sem assistir aos jogos. É mais forte que ele. O futebol, para este torcedor, é mais forte que tudo.
Torcedor fanático do Arsenal, Nick Hornby admite que sua relação com a equipe é obsessiva. E assim ele vai lembrando da sua vida de acordo com várias partidas que viu. A coisa é tão séria que Hornby chegou a acreditar que a sorte de sua vida variava de acordo com as campanhas do Arsenal. Quando o time ia bem, as coisas davam certo para ele. O problema é quando a equipe ia mal. E olha que, nos últimos 30 anos, o Arsenal teve muito, mas muito mais baixos do que altos.
Enquanto se lê Febre de bola a identificação com o autor é comum. Não importa que ele seja freqüentador assíduo do estádio de Highbury (onde o Arsenal joga suas partidas) e você passe seu tempo sofrendo no Maracanã ou no Beira-Rio. A raiva, a tristeza, a frustração e a indignação pela perda de um campeonato numa final contra um time da terceira divisão (aconteceu com o Arsenal) é igual em Wembley e no Morumbi.
Febre de bola vale a pena por, no mínimo, dois motivos. O primeiro deles, claro, é a qualidade do texto do autor. O segundo é que, como informa Hornby na introdução, "este livro é para torcedores como nós e para quem tiver curiosidade de saber como é a nossa vida". Portanto, Febre de bola é perfeito para se passar o tempo durante uma semana, esperando o jogo do próximo domingo. Nesse caso, marque a página em que você parou e vá assistir à partida. O futebol vem sempre em primeiro lugar: você e Nick Hornby sabem disso.
Sobre o autor
Nick Hornby nasceu em 1957 e trabalhava como professor antes de se tornar escritor em tempo integral. Febre de bola, livro de estréia escrito em 1992, e Alta Fidelidade (1995) obtiveram sucesso absoluto de público e de crítica. Um grande garoto (1998), retrato sutil e preciso do homem contemporâneo, revelou um Nick menos sardônico, mas nem por isso menos instigante. O filme Febre de bola, com roteiro de Hornby, foi lançado em 1997. O autor mora na Zona Norte de Londres.
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