1938: Na França, Brasil fica em terceiro
A Copa de 1938 foi disputada em meio à crescente tensão política que antecedeu a Segunda Guerra Mundial.
A FIFA decidiu que a França seria a sede do Mundial em detrimento da candidatura da Argentina, alegando que o torneio seria uma excelente oportunidade para dissipar a tensão e mostrar que havia unidade no continente europeu.
A Espanha, mergulhada numa sangrenta guerra civil, resolveu não enviar sua seleção à França. A Áustria, anexada pela Alemanha de Adolf Hitler, também não foi à Copa e ainda teve seus melhores jogadores utilizados na equipe alemã.
O Uruguai, ainda magoado pelo desinteresse dos europeus pela Copa de 30, disse que só voltaria a participar do torneio quando o Mundial fosse disputado de novo na América do Sul. A Argentina, que teve sua candidatura como anfitriã rejeitada pela FIFA, também ficou de fora da Copa da França.
Mudança
Pela primeira vez, o país anfitrião e o vencedor da Copa anterior estavam automaticamente classificados, inaugurando o critério que prevalece até hoje.
Inicialmente, foram inscritos 36 países para as eliminatórias. O Brasil se classificou com a desistência da Bolívia. Entre os estreantes, Cuba e as Índias Holandesas, além das poderosas equipes da Alemanha e da Polônia.
No Brasil, a paz tinha voltado a reinar no futebol, e tanto clubes quanto federações se abrigavam pacificamente sob o manto da Confederação Brasileira de Desportos (CBD). Pela primeira vez na história dos Mundiais, a seleção brasileira seria representada pelos melhores jogadores do país.
No gol, o time comandado pelo técnico Ademar Pimenta contaria com os excelentes Batatais e Valter. Na defesa, sobressaia a classe de Domingos da Guia, "O Divino" - o craque do Flamengo que muitos consideram até hoje o melhor zagueiro que o Brasil já teve.
No meio-campo Martim e Afonsinho, e no ataque Romeu, Perácio, Hércules, Patesco e o fenomenal Leônidas da Silva - conhecido como "O Diamante Negro" ou "O Homem Borracha" -, criador da bicicleta e de outros malabarismos infernais.
Campanha
O Brasil estreou no dia 5 de junho em Estrasburgo, contra a Polônia. No primeiro tempo, prevaleceu a classe e o futebol refinado dos brasileiros e, ao final dos 45 minutos, o Brasil vencia por 3 a 1.
Mas no intervalo do jogo desabou um fortíssimo temporal que elameou o gramado, dificultando o toque de bola dos brasileiros. Os poloneses se aproveitaram e o jogo terminou empatado em 4 a 4.
Na prorrogação o Brasil fez mais dois gols vencendo a partida por 6 a 5. Leônidas e o polonês Willinowski marcaram 4 gols cada um.
Um dos gols de Leônidas foi marcado com o atacante descalço. Leônidas se preparava para trocar de chuteiras perto da área polonesa quando recebeu um presente do goleiro polonês, que escorregara ao tentar cobrar um tiro de meta. O atacante brasileiro completou para o gol de primeira, ainda com a chuteira na mão.
Surpresa
A grande surpresa da primeira fase foi a desclassificação da poderosa Alemanha pela modesta equipe da Suíça.
Cuba fez uma excelente estréia vencendo a Romênia por 2 a 1. Mas o sonho dos cubanos terminaria nas quartas-de-final com a goleada de 8 a 0, aplicada pela Suécia.
Nas quartas-de-final, o Brasil teve que cruzar o território francês de norte a sul numa longa viagem de trem para enfrentar a Tchecoslováquia em Bordeaux.
O jogo terminou empatado em 1 a 1, com mais um gol de Leônidas. A seleção brasileira venceria por 2 a 1 a partida de desempate, que foi jogada no dia seguinte. Os gols brasileiros foram marcados por Leônidas e Roberto.
Pela primeira vez, o Brasil disputaria a semifinal de uma Copa do Mundo. A seleção brasileira iria enfrentar, em Paris, a Itália, então campeã mundial. Os italianos tinham confirmado o favoritismo ao eliminar a França, dona da casa.
Continua...
Até a próxima quarta-feira...Garçoooooooooooooooooommmm!!!
Rodrigo Fenômeno - R11
Treinador e Centroavante
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